sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Raça Cangaian


 A raça proveniente do Sul da Índia e que tem traços parecidos com o antílope — animal ancestral do qual são descendentes os bovinos, ovinos e caprino.
É o gado mais forte de tração que existe. Esses animais conseguem andar 60 quilômetros em um dia puxando um carro-de-boi. É um zebu puro da raça de misore, que são grupos de raças indianas. O cangaian é o bovino que mais se parece com o antílope do Mioseno. Ele ainda conserva os traços do ancestral.


O cangaian chama a atenção pelo chifre simétrico que faz uma curva para cima e pela sua robustez, apesar do porte mediano. O produtor rural Rui Drumond cria, em sociedade com o pai e um irmão, 140 animais da raça, na fazenda Haras Barreiro, em Ituiutaba e Capinópolis. Esse é o único rebanho registrado pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) no Brasil. Todos descendem de um único grupo, composto por um reprodutor e cinco matrizes, que foi importado da Índia, na década de 60, por dois criadores de Barretos. "Em 1962, os pecuaristas Neném Costa e Rubens Carvalho estiveram na Índia e trouxeram esse plantel. Eles queriam provar que o cangaian era uma raça distinta do nelore, que é de Madras. O cangaian é de uma região mais ao sul e não houve mistura dessas raças", explica Rui Drumond.
Em 1965, os introdutores da raça no Brasil venderam um lote do rebanho para um produtor baiano, da cidade de Jeremoabo. "Há quatro anos, nós compramos os bisnetos e tataranetos desse gado da Bahia e do pouquinho que ficou em Barretos. Hoje o único gado cangaian criado no Brasil está na fazenda Haras Barreiro", afirma o produtor.
Arlindo Drumond relata uma das principais características do cangaian: a sua robustez. "Pegamos esse rebanho na Bahia praticamente comendo pedra. O animal não sente, não morre. É igual um veado. Ele come folha. É muito rústico", destaca.
A criação do cangaian ainda é voltada para o aprimoramento genético do rebanho bastante reduzido. "Os bezerros não têm preço. Nós não estamos comercializando porque o contingente ainda é muito pequeno. Nós estamos melhorando o animal, pegando os mais produtivos. Só daqui a uns cinco a dez anos é que vamos começar a comercializar", planeja Rui Drumond. O gado é voltado para a produção de corte. A carne do cangaian tem um sabor de caça e o leite é mais gorduroso do que o de outras raças.

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